Manuel Alegre no Público
Um excerto que achei interessante no artigo de Manuel Alegre
"No seu recente livro ( A escolha de Pascal ), Jacques Julliard, citando André Froissard, refere-se à esquerda que não acredita no pecado original ( e por isso cai frequentemente no angelismo ) e à direita que não acredita na redenção ( e por isso se recusa a pensar a ordem do político ). E a certo passo afirma: "A cada momento, a História pode descambar no pior, e não apenas por pequenas regressões (...) mas por uma formidável, fundamental e súbita recaída no inumano." É o que leva o autor a considerar que o facto de a Alemanha, o país mais avançado do século XIX, ter produzido o horror absoluto, nos obriga a "desembaraçar-nos do optimismo democrático." Na verdade, julgou-se que depois de Auschwitz, nada podia ser pior. Mas seguiu-se o Gulag, o embuste da revolução cultural chinesa com o seu cortejo de tragédias, o Cambodja, o Ruanda. E também Sharon e o novo muro da vergonha. E agora o Iraque. "O mal existe", escreve Julliard. E acrescenta: "Ao contrário do que pensam os arrogantes senhores actuais da América, o futuro da democracia não está assegurado no mundo. Sobretudo se for deixado nas suas mãos." "
"No seu recente livro ( A escolha de Pascal ), Jacques Julliard, citando André Froissard, refere-se à esquerda que não acredita no pecado original ( e por isso cai frequentemente no angelismo ) e à direita que não acredita na redenção ( e por isso se recusa a pensar a ordem do político ). E a certo passo afirma: "A cada momento, a História pode descambar no pior, e não apenas por pequenas regressões (...) mas por uma formidável, fundamental e súbita recaída no inumano." É o que leva o autor a considerar que o facto de a Alemanha, o país mais avançado do século XIX, ter produzido o horror absoluto, nos obriga a "desembaraçar-nos do optimismo democrático." Na verdade, julgou-se que depois de Auschwitz, nada podia ser pior. Mas seguiu-se o Gulag, o embuste da revolução cultural chinesa com o seu cortejo de tragédias, o Cambodja, o Ruanda. E também Sharon e o novo muro da vergonha. E agora o Iraque. "O mal existe", escreve Julliard. E acrescenta: "Ao contrário do que pensam os arrogantes senhores actuais da América, o futuro da democracia não está assegurado no mundo. Sobretudo se for deixado nas suas mãos." "
Etiquetas: Manuel Alegre, O Mundo, Política
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