quinta-feira, novembro 25, 2004

O paraíso Africano

Esta semana veio-me parar às mãos uma cópia da DICA (não perguntem…), onde se encontrava uma entrevista com Mituxa Jardim (a irmã da celebridade” onde a certa altura ela refere é África colonial portuguesa como um paraíso. Menina Mituxa, África era um paraíso para os ricos (brancos), que não estavam sujeitos a trabalhos forçados, nem a leis como a lei da Obrigatoriedade da produção das Culturas de Exportação. É preciso não esquecer que o fim de leis como esta assim como a criação de uma rede sanitária, a criação de escolas e liceus laicos, e a asfaltagem de estradas, só ocorreu pelas pressões da ONU e como parte do esforço de Guerra. Não confunda a vida da família do subsecretário da Industria e Comércio de Salazar com a vida da maior parte da população. E se o sonho do seu pai era como diz um Moçambique independente e próspero porque é que este financiou guerrilhas após a independência deste?

P.S. É preciso lembrar que a tese do Luso-Tropicalismo de Gilberto Freire nunca foi muito bem aceite pelo estado Salazarista. Este chegou a ser proibido de se deslocar a Portugal. Só com a criação da ONU e a declaração do direito à autonomia dos povos colonizados é que esta tese se tornou a justificação oficial do estado português para a manutenção do colonialismo português. Infelizmente esta ideia nunca mais foi desfeita desde então…

P.S. II Enquanto escrevia isto, uma amiga avisou-ee que a mana Cinha Jardim se passou em Plena Quinta das Celebridades quando José Castelo-Branco afirmou que Salazar tinha proibido o biquini em Portugal dizendo que ele nunca faria isso. Menina Cinha, não sei se Salazar proibiu ou não o biquini, mas num país em que era necessário possuir uma licença de isqueiro, e em que uma mulher precisava da autorização do pai ou do marido para tirar a carta ou sair do país, a proibição do biquini não me parece muito improvável…