Cobardias
Não tenho grande opinião da maior parte das empresas portuguesas. E pior ainda é essa opinião quando se tratam de empresas com monopólios apoiados pelo estado.
Em meados de Junho conduzi de Coimbra para Lisboa sem qualquer incidente até me aproximar da portagem ao pé de Moscavide. Escolhi a faixa que me parecia, junto à Via Verde. Já parado com dois ou três carros à minha frente e dois atrás, a cabine é encerrada e começo a no movimento de portageiros entre as cabines. Ao fim de meia hora chega a minha vez e sou informado pelo portageiro que o Multibanco tinha avariado e se podia pagar em dinheiro.
Naturalmente não posso, e depois de ficar com os meus dados entrega-me uma factura com o valor da portagem e as indicações de pagamento.
Dois dias mais tarde após estudar adequadamente a factura dirijo-me a um multibanco onde prontamente faço o pagamento. Até aqui tudo bem, até que recebo uma carta da BRISA a ameaçar-me com tribunal se eu não pagasse o valor da portagem ao valor da qual havia sido acrescentada uma pesada multa.
Felizmente em minha casa tem-se o hábito de guardar os recibos e os talões de pagamentos durante bastante tempo de modo que não foi difícil encontrar o comprovativo do pagamento em causa.
Telefona-se então à BRISA que nos informa de que esse talão deveria ter sido enviado por correio juntamente com a factura para a empresa, e pedem-nos para o fazermos juntamente com uma declaração em como o portageiro não me havia informado do método de pagamento.
Isto é pura cobardia.
Após três meses não me lembro nem da cara do portageiro nem do que ele me disse na altura embora duvide muito que me tivesse informado da necessidade de contactar a BRISA. Mais, após uma viagem de duas horas mais meia de espera, com perto de 40º, e carros a pararem e arrancarem nas cabines ao lado ou a passarem na Via Verde mesmo que o senhor me tivesse avisado eu era perfeitamente capaz de não reparar.
Finalmente, no documento que me foi entregue, feito especificamente para essa função, em nenhum lado é indicada a necessidade de contactar a BRISA.
Portanto exigem que eu faça uma declaração em como o seu funcionário não me deu uma informação necessária que a BRISA não achou ser necessário imprimir nos seu documentos produzidos em série…
Está-se mesmo a ver que a culpa é do funcionário. Curioso é que não tiveram problemas em ameaçar-me com tribunal nem em receber o dinheiro da transferência bancária em Junho, mas se há um erro a culpa é do funcionário…
Realmente estou aqui a ver o mercado em funcionamento.